sábado, 19 de novembro de 2016

[Cinema] Monstros Fantásticos e Onde Encontrá-los


Monstros Fantásticos e Onde Encontrá-los


Título Original: Fantastic Beasts And Where To Find Them
Ano de Produção: 2016
Direcção: David Yates
Duração: 133min
Género: Fantasia, Aventura
Elenco: Eddie Redmayne, Katherine Waterston, Dan Fogler

Sinopse: O excêntrico magizoologista Newt Scamander (Eddie Redmayne) chega à cidade de Nova York levando com muito zelo sua preciosa maleta, um objeto mágico onde ele carrega fantásticos animais do mundo da magia que coletou durante as suas viagens. Em meio a comunidade bruxa norte-america, que teme muito mais a exposição aos trouxas do que os ingleses, Newt precisará usar todas suas habilidades e conhecimentos para capturar uma variedade de criaturas que acabam fugindo.

Opinião: Quem me conhece sabe que sou uma potterhead assumida, que leu os livros (não todos, mas isso são outros quinhentos), viu os filmes, acompanha notícias e é louca por merchandasing. Cresci com este universo, desejando fazer parte dele, e estava ansiosa por regressar e conhecer mais. Por isso mesmo este era para mim o filme mais esperado do ano e o hype estava enormíssimo, ainda mais depois de saber que o oscarizado Eddie Redmayne seria o protagonista dos cinco filmes que compõem esta nova saga. Fui-me mantendo aparte de novos vídeos, vi somente o trailer, então tentei ao máximo que tudo fosse novidade e não fazia ideia quem era Tina, Queenie, Jacob ou o que faziam. Acredito que isso só tornou a experiência ainda melhor. E só vos tenho a dizer, ouvir aquela música no início do filme, ver todo o design idêntico ao de Harry Potter, deu aquele aperto no coração e uma felicidade de fã que não sentia há muuuuito tempo. Comentei até que há 5 anos atrás, quando saí da sala de cinema para em que vi a última parte de "Harry Potter e as Relíquias da Morte" e ia com o coração apertado porque era o fim, nunca sonharia que ontem estaria a viver de novo todas as emoções. Só por isso, só por me fazer sentir assim (e imagino que faça a todos os fãs) o filme já merecia todas as ovações.


Mas vamos lá então entrar mais a sério no filme, e juro que vou evitar ao máximo os spoilers. Nesta nova saga saímos do Reino Unido, onde conhecemos Hogwarts e a sociedade bruxa inglesa, para ir até Nova Iorque. Se houve coisa que muitos fãs sempre se questionaram foi como seriam os bruxos de outros países e, especialmente, de outros continentes (já que tivemos um vislumbre de Beauxbatons e de Durmstrang e no fundo eu acredito que as sociedades não sejam muitos diferentes das nossas). Então somos apresentados, junto do protagonista, Newt Scamander, à sociedade bruxa inglesa e às suas leis. E foi ótimo descobrir esta nova sociedade, apesar de ela ser bastante mais retrógrada (mas recordemos que o filme se passa nos anos 20, então nem é estranho que ela seja mais retrógrada) e ter leis com as quais nenhum de nós concorda, mas que no fundo se justifica e percebe facilmente já que esta sociedade ainda vive a consequência de Salem e a caça às bruxas. Admito que para a época que era achei o filme um pouco mal caracterizado, apesar de os bruxos facilmente poderem ter uma maneira diferente de se vestir - o que acontece também nos tempos actuais - mas os grafismos estão simplesmente mágicos. Mal conhecemos o equivalente ao Ministério da Magia nos Estados Unidos somos novamente transportados para aquilo que vimos nos filmes anteriores do universo. Na realidade acho que este filme são mais de duas horas de nostalgia, porque as referências estão constantemente lá, seja em relação a Hogwarts, a personagens, apelidos, ou até mesmo objectos. É impossível não dar aquele sorriso. De qualquer forma, apesar de todas as diferenças, adorei estas novas descobertas que vão preenchendo lacunas na nossa curiosidade em relação ao mundo bruxo criado por J. K. Rowling.


Em relação aos personagens, tenho que começar por falar de Newt Scamander, como é óbvio. Adorei o personagem de todas as formas, mas acho que falharam num ponto que acho que queriam reforçar com esta saga: que a casa Hufflepuff não é a casa dos totós e que dela também saem grandes bruxos. Desculpem-me, mas Cedric Diggory foi capaz de dignificar muito mais a sua casa do que este personagem. Não sou pessoa de "ridicularizar" a casa e nem sequer é a que menos gosto, mas Newt Scamander é o típico Hufflepuff, amorzinho, adorável e com certeza aquele cromo que todos queremos ter na caderneta. E reforço, mais uma vez, que o adorei e acho que Eddie Redmayne esteve perfeito no papel (embora me pareça que ele esteja a ficar um Johnny Depp da vida - de quem falarei mais à frente . e já não seja o personagem nos filmes e o próprio actor), mas ele com certeza não é um herói. Não sei como vai ser o futuro da saga, mas não o consigo imaginar a lutar contra um dos maiores bruxos das trevas de sempre. Depois conhecemos Tina, que para mim foi um bocado o tipo de personagem que nem aquece nem arrefece e pela qual não consegui nutrir grande afeição, e Queenie, a sua irmã com habilidades especiais que se tornou bastante interessante por causa disso mesmo. Por fim temos também Jacob, o personagem que carrega às costas a parte cómica do filme e que com certeza será o preferido de muitos (também o meu, acredito). Jacob é um Muggle (que no mundo bruxo americano têm outra definição - mais uma novidade!), coisa que achei interessantíssimo, já que não se viu nos filmes de Harry Potter a inclusão de um Muggle na trama central da história. Infelizmente Jacob é também um personagem cliché que vive uma história cliché, mas continua a ser uma das coisas mais adoráveis deste filme. Do outro lado do "ringue" temos também personagens muito interessantes. Credence é o mais intrigante e vive uma história de sofrimento que me perturbou durante o filme inteiro e me deixou de coração apertado. Palmas para Ezra Miller, que deu vida ao personagem mais complexo do filme e não deixou nada por mostrar. Existe também Graves, funcionário do ministério, que me deixou igualmente confusa durante todo o filme. Nunca percebi quais eram as intenções dele e se ele era alguém mau com boas intenções ou se sempre esteve do lado do mal - nunca acreditei que ele fosse realmente bom. Colin Farrell fez também um excelente trabalho com este personagem, mas fez-me tanta, tanta impressão vê-lo neste universo. Não sei porquê, não acho que ele se enquadre. De qualquer forma, ele cumpriu com a sua parte e Graves é também um dos melhores personagens do filme. Nada interessante é a presidente Picquery. Pelas barbas de Merlim, que personagem mais inútil! Parece que está sempre lá só para atrapalhar! Espero que a mulher tenha um papel mais interessante nos próximos filmes (ou então que não apareça).


Já se sabia que o filme teria um grande foco nas criaturas que Newt guarda na sua mala, mas nem eu imaginei que fosse ser tão fantástico! As criaturas estão fenomenais e elas próprias protagonizaram momentos hilariantes e roubaram a cena imensas vezes. A busca por elas acabou por ser um pouco de "enche-chouriços", porque encheu um filme que não tinha história suficiente para a duração que teve, mas foi um "enche-chouriços" que valeu mesmo a pena. Mas realmente, não é só de criaturas mágicas que se compõe este filme, tendo uma trama que vai muito para além disso. Já sabíamos que Grindelwald seria um dos personagens mais preponderantes nesta saga e aqui começa-se a construir as bases para a sua história. Não sabemos muito dele neste filme, na realidade temos apenas uns vislumbres do bruxo, mas conseguimos vê.lo quase no final. E socorro, odiei a caracterização dele! Sempre achei que Johnny Depp já tinha o seu lado de bruxo, mas o que fizeram com ele foi simplesmente horrível. Já não bastava que o personagem não fosse interpretado por alguém com traços físicos europeus nem sotaque americano, ainda lhe põem aquele aspecto que para mim não está nada com nada. Adoro o trabalho de Johnny Depp como actor (e vou repetir, antes que me atirem uma pedra, adoro O TRABALHO), mas não dá para defender. Espero que o talento do actor dê para mostrar o potencial deste personagem. Já que ele não teve grande espaço de manobra, continua a haver esperança. O final do filme foi também frustrante de várias maneiras, quer em relação a Grindelwald, quer em relação ao quarteto que acompanhamos ao longo do filme. De qualquer forma, a trama surpreendeu-me e deixou-me já a querer o próximo.


No entanto nem tudo foram rosas neste filme e houve coisas que me irritaram muito, mas mesmo muito. Por ter acompanhado o universo até agora apanhei demasiados erros, que com certeza não diminuem a história em si, mas que deixa aquele gostinho de "podiam ter feito melhor". Por momentos achei que os bruxos americanos são muito estúpidos, ou na realidade se esquecem que são bruxos, porque como Muggle que nunca foi a uma escola de magia conseguia resolver muitas situações bem mais depressa do que eles. Outros acontecimentos foram do ponto de vista mágico completamente errados e sem sentido e admito que o meu coração de fã até bateu errado com algumas coisas que vi. Ficaram ainda muitas respostas por dar, e outras novas surgiram, porque as lacunas na nossa curiosidade nunca vão acabar, mas com certeza perdurou a vontade de querer ver mais. As falhas existiram, sim, mas eu adorei o filme e adorei sentir-me novamente incluída neste universo. A magia, realmente, nunca acaba.


Vejam o trailer!

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