sexta-feira, 26 de agosto de 2016

[Opinião Séries] Feed the Beast

Feed the Beast


A Summer Season está aí e com ela chegam umas quantas séries novas, que no geral são logo crucificadas porque existe um certo preconceito com esta época de séries. A verdade é que conheço imensas pessoas que não têm nada para ver no Verão, provavelmente porque nunca se deram ao trabalho de procurar estas pérolas. Assim, a AMC traz-nos "Feed the Beast", uma série que eu comecei a ver por conselho de outros, mas para a qual não estava certamente preparada.

No elenco salta logo ao olho o nome de David Schwimmer, actor que deu vida a Ross em "Friends" e que sempre vai estar associado a essa série. Ele é Tommy, um apreciador de vinhos fancy totalmente apaixonado pelo seu trabalho. Do outro lado temos Dion, um chefe de cozinha que só se sabe meter em confusões, ao ponto de já ter cumprido pena de prisão. Os dois amigos decidem cumprir um sonho antigo: abrir um restaurante gourmet, com a irreverência de o querer abrir numa zona não muito famosa graças à vizinhança. Este é o mote da série, que acaba por ser bem mais do que isto.


Para além de toda a história envolvendo o restaurante, "Feed the Beast" vai mais além. Ela explora outros arcos e usa e abusa dos personagens. Desde stress pós-traumático, a traições, bullying, relacionamentos amorosos que têm tudo para falhar, vigaristas, família... enfim, as temáticas são imensas. E o melhor é que, mesmo elas sendo imensas, conseguem conjugar-se perfeitamente no roteiro, tendo cada uma o seu espaço e não ficando confuso. O fio condutor da série está perfeito, sem que nada pareça forçado ou ridículo. Os produtores conseguiram fazer com que tudo fizesse sentido, nem sequer ficando a sensação de que "era preciso ter muito azar para que isto acontecesse", o que mostra que foi tudo pensado ao pormenor desde o início. Em relação a personagens, Dion é com certeza o meu preferido. O bad boy com o seu charme infinito é bem mais do que aquilo que fazia parecer no início, mostrando-se improvavelmente a voz da razão e quem torna a série mais terra-a-terra. Mas atenção que Tommy, sendo estranhamente o mais dramático e a quem por vezes apetece dar duas chapadas, também é um grande personagem! Extremamente bem construído e bem interpretado, é claramente o outro lado da moeda, o que precisava existir para criar um equilíbrio na série. Para desequilibrar este mar de perfeição existe Pilar, porque haja paciência, só dá vontade de dar um pontapé no rabo da senhora para que ela deixe de ser uma sombra nesta série perfeita.


A série prima por não ter momentos mortos. Quarenta e cinco minutos passam a voar quando se começa a ver o episódio e só apetece ver mais um. Sinto sinceramente que não aproveitei a série como deve ser por ter visto praticamente tudo seguido e não ter vivido a ânsia de esperar pelo próximo episódio (apesar de que a angústia da season finale me valeu pela temporada inteira!). As coisas estão constantemente a acontecer, novos dados a serem brilhantemente introduzidos, tudo para deixar o público com água na boca. E por falar em deixar com água na boca... não aconselho a ver esta série com fome! A comida tem tão bom aspecto que dá vontade de a arrancar do computador.


Se andam à procura de algo novo para ver este Verão, esta é para já a minha cabeça de lista. Admito que ainda não tive muito tempo para ver coisas novas e sei que andam por aí muitas coisas boas, mas "Feed the Beast" já tem lugar cativo no meu coração. Uma excelente aposta da AMC, que tanto quanto sei já renovou a série. Agora é esperar (e desesperar) pela segunda temporada!

Vejam o trailer!

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