sábado, 15 de outubro de 2016

[Opinião Livros] A Retirada - A Primeira Derrota de Hitler, de Michael Jones


A Retirada - A Primeira Derrota de Hitler, de Michael Jones


Editora: Bizâncio
N.º de páginas: 368
Edição/Reimpressão: 2016

Sinopse: A batalha de Moscovo foi um inferno na terra, terrível e sangrenta para invasores e defensores. Michael Jones reuniu, uma vez mais, testemunhos de veteranos para nos trazer este quadro realista e impressionante. "A Retirada" é a história intensa e realista sobre o princípio do fim da Segunda Guerra Mundial, quando os exércitos de Hitler – em confrontos selvagens durante o inverno – sofreram a sua primeira derrota na Frente Oriental. Num dos momentos mais dramáticos da crise na Frente Oriental, em 1941, com as tropas de Hitler concentradas na periferia de Moscovo, o milagre aconteceu: Moscovo foi salva. No entanto, esta libertação foi seguida de uma retirada prolongada, durante a qual as forças russas obrigaram a recuar um exército alemão que sempre combateu ferozmente. Milhões de soldados e civis morreram nesta luta desesperada. Michael Jones, autor de O "Cerco de Leninegrado" e "Guerra Total", explora um manancial de novos testemunhos presenciais de ambos os lados do conflito – o soldado alemão que encontra os seus camaradas congelados em blocos de gelo, o tenente russo que chora de raiva devido à destruição desnecessária da sua unidade – para destacar os custos humanos da primeira derrota de Hitler, naquele que foi o ponto de viragem crucial da II Guerra Mundial [1939-45]. Esta batalha custou aos russos 27 milhões de mortos, entre militares e civis.

Opinião: E eis que Michael Jones volta a ser a minha escolha, a segunda vez num curto espaço de tempo. Admito que foi algo arriscado, porque já o disse e volto a dizer, estas não são leituras fáceis, e dois livros do autor quase seguidos tinha uma grande probabilidade de ser um desafio difícil de ultrapassar.
Desta vez o autor traz-nos uma visão diferente desta terrível guerra. Se nos dois livros anteriores acompanhamos o sofrimento dos russos e ficamos de coração apertado com as atrocidades que foram cometidas contra eles, desta vez é-nos mostrado como foi a guerra para os soldados alemães quando tentavam tomar a Rússia. Claro que é difícil alguém compadecer-se dos alemães quando o líder deles foi uma das piores pessoas que pisou este planeta, mas a verdade é que eles eram pessoas, tal e qual como os russos ou os judeus que pereceram. O livro conta-nos as dificuldades pelas quais estes soldados passaram, nomeadamente em relação às temperaturas e ao território, que foram os grandes aliados dos russos nesta guerra. No entanto, não sei se por parcialidade do autor ou porque não havia maneira de a imagem dos alemães ser realmente limpa depois dos últimos dois livros, este livro não consegue puxar realmente ao lado humanitário. Muitos alemães morreram, sim, mas a maior parte deles pelo orgulho do seu líder, que não soube ver as péssimas condições que os soldados atravessavam. Não há descrições de russos a cometerem atrocidades, antes pelo contrário, em alguns momentos eles tiveram atitudes que me fizeram acreditar um pouco mais na Humanidade. Assim, a nível de leitura, este livro foi um pouco mais moroso, por não haver nada que me tivessem deixado realmente chocada ou sem chão. Não por falha do autor, obviamente, mas por "culpa" da própria História.
Em comparação com os outros dois livros do autor, este fica um pouco aquém. Mais uma vez, não por falha do autor, que mantém o seu estilo de escrita. Simplesmente faltou a parte emotiva para me fazer querer virar a página e saber mais. Faltou um pouco mais de interesse da minha parte, que sentia que estava numa história que estava a demorar demasiado para acabar. Faltaram também relatos mais impressionantes, mas se não os havia, não ia ser o autor que os ia inventar. Por isso é que não posso dizer que não tenha gostado do livro, porque foi tão educativo como os anteriores e se é algo que me ensina algo novo, então eu gosto. Faltou apenas ser um pouco mais apelativo, mas cumpre com todos os objectivos. É para mim o pior dos três, mas se é um livro mau? Não, com certeza não é.

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